terça-feira, 14 de julho de 2020

EU VOTAREI EM MULHERES NESTAS ELEIÇÕES



Regina Daefiol*


Por que mulher não vota em mulher? Será que elas não têm votado em mulheres porque ainda predomina uma ideia de que a política não é um espaço para o feminino? E por que essa ideia permanece? O que explica essa mentalidade? Essas perguntas só podem ser respondidas se olharmos para o passado. Historicamente, a política sempre foi dominada por homens, que sempre decidiram os destinos das cidades, estados, nações. Só há muito pouco tempo, do ponto de vista histórico, as mulheres começaram a tomar parte do processo decisório no campo político por meio da disputa por cargos eletivos. No Brasil, então, essa realidade é ainda mais recente e as marcas de um passado político dominado pela figura masculina ainda são muito fortes. Então, qual o caminho para mudar essa situação? Colocar em prática a chamada sororidade, que nada mais é do que a união das mulheres em torno de ideais e propósitos em comum. E que propósitos são esses? Eleger mais mulheres para que estejamos representadas em todas as esferas do poder. Só desta forma será possível ver concretizadas políticas públicas que, de fato, contemplem nossas necessidades e que encarem de frente questões que hoje afetam milhares de mulheres, como o feminicídio, a violência doméstica, a falta de acesso à saúde, a desigualdade salarial. Desta forma também poderemos ter uma possibilidade de se fazer política de uma nova maneira, uma vez que mais mulheres no poder significa renovar o pensamento político com ideias diferentes, vindas de uma parcela da população que até hoje está longe de ter uma participação efetiva nos cargos decisórios, seja no Executivo, Legislativo ou Judiciário. E isso apesar de representarmos quase 52% da população brasileira. Para lutar pela mudança desta realidade, nasceu em Maringá o movimento Mais Mulheres no Poder, com o objetivo de apoiar e dar suporte a todas as mulheres que se candidatarem à Câmara Municipal e à Prefeitura. Até o momento, 57 pré-candidatas se vincularam ao movimento e estão levando em frente essa luta. Cada uma com seu perfil político e ideológico, com sua experiência e conhecimento na área em que atua, numa demonstração da força que a união na diversidade pode trazer. Com certeza, teremos muitas candidatas de qualidade para disputar esse pleito. Eu votarei em mulher e convido você a fazer o mesmo. Mulheres, vamos fazer da sororidade uma prática?

 

* Jornalista formada pela Universidade Estadual de Londrina. Historiadora formada pela Universidade Estadual de Maringá. Atuou na imprensa maringaense por 15 anos, no jornalismo impresso e em televisão. Atualmente é mestranda do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual de Maringá.


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