Regina
Daefiol*
Por que mulher não vota em mulher? Será que elas
não têm votado em mulheres porque ainda predomina uma ideia de que a política
não é um espaço para o feminino? E por que essa ideia permanece? O que explica
essa mentalidade? Essas perguntas só podem ser respondidas se olharmos para o
passado. Historicamente, a política sempre foi dominada por homens, que sempre
decidiram os destinos das cidades, estados, nações. Só há muito pouco tempo, do ponto de vista histórico, as mulheres começaram a tomar
parte do processo decisório no campo político por meio da disputa por cargos
eletivos. No Brasil, então, essa realidade é ainda mais recente e as marcas de
um passado político dominado pela figura masculina ainda são muito fortes.
Então, qual o caminho para mudar essa situação? Colocar em prática a chamada
sororidade, que nada mais é do que a união das mulheres em torno de ideais e
propósitos em comum. E que propósitos são esses? Eleger mais mulheres para que
estejamos representadas em todas as esferas do poder. Só desta forma será
possível ver concretizadas políticas públicas que, de fato, contemplem nossas
necessidades e que encarem de frente questões que hoje afetam milhares de
mulheres, como o feminicídio, a violência doméstica, a falta de acesso à saúde,
a desigualdade salarial. Desta forma também poderemos ter uma possibilidade de
se fazer política de uma nova maneira, uma vez que mais mulheres no poder
significa renovar o pensamento político com ideias diferentes, vindas de uma
parcela da população que até hoje está longe de ter uma participação efetiva
nos cargos decisórios, seja no Executivo, Legislativo ou Judiciário. E isso
apesar de representarmos quase 52% da população brasileira. Para lutar pela
mudança desta realidade, nasceu em Maringá o movimento Mais Mulheres no Poder,
com o objetivo de apoiar e dar suporte a todas as mulheres que se candidatarem
à Câmara Municipal e à Prefeitura. Até o momento, 57 pré-candidatas se
vincularam ao movimento e estão levando em frente essa luta. Cada uma com seu
perfil político e ideológico, com sua experiência e conhecimento na área em que
atua, numa demonstração da força que a união na diversidade pode trazer. Com
certeza, teremos muitas candidatas de qualidade para disputar esse pleito. Eu
votarei em mulher e convido você a fazer o mesmo. Mulheres, vamos fazer da
sororidade uma prática?
*
Jornalista formada pela Universidade Estadual de Londrina. Historiadora formada
pela Universidade Estadual de Maringá. Atuou na imprensa maringaense por 15
anos, no jornalismo impresso e em televisão. Atualmente é mestranda do Programa
de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual de Maringá.
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